A pedido do arquiduque do Tirol, Leopoldo V de Habsburgo, o franciscano
capuchinho frei Tomás de Olera foi destinado à nova Província do Tirol
setentrional.
Decorria o ano do Senhor 1619. Nesse mesmo ano frei Tomás de Olera
chegava a Innsbruck. A Áustria era naquele tempo o baluarte para a reforma
católica e sobretudo para a “reconquista católica” nas terras alemãs.
Frei Tomás era um apóstolo incansável do Evangelho. A todos, crentes ou
não crentes, falou do amor de Deus revelado em Jesus Cristo. A todos, pequenos
e grandes, instruiu na fé. A todos, poderosos e humildes, pediu para se
empenharem no amor, na pacificação e ao perdão.
A partir de 1617 foi amigo e mestre espiritual do cientista Hipólito
Guarinoni de Hall, médico de corte em Innsbruck. Numerosas são as cartas
escritas às arquiduquesas de Habsburgo Maria Cistina e Eleonora, irmãs de
Leopoldo V, assim como foram tantos os encontros pessoais com este. Para ele e
para sua esposa Cláudia de Médici foi guia espiritual, com frequentes encontros
no palácio e com numerosas cartas.
Recuemos um pouco no tempo. Frei Tomás nasceu em Olera, pequena aldeia
do Vale Seriano, no final de 1563. Filho de camponeses e pastores, até aos
dezassete anos foi também ele lavrador e pastor. Sem saber ler nem escrever,
desejando fazer-se capuchinho, foi acolhido no Convento de Santa Cruz, em
Verona, Veneza. Aqui aprendeu a ler e a escrever. Não muito. Ele mesmo
reconhece: «Nunca li uma sílaba dos livros: mas
preocupo-me
em ler a paixão der Cristo».
Passados quatrocentos do seu nascimento, frei Tomás é hoje, dia 21 de
Setembro, em Bérgamo, na Itália, inscrito no livro dos Bem-aventurados.
Durante uns 50 anos, frei Tomás exerceu o ofício de esmoleiro. De porta
em porta pedia esmolas para os seus irmãos. De coração a coração repartia a
feliz notícia do amor de Deus a toda a gente.
O ministro geral com todo seu definitório participou da solene celebraçao presidida pelo Cardeal Angelo Amato. Também se fizeram presentes um grande número de frades capuchinhos, presbíteros e bispos.